terça-feira, 21 de junho de 2011

Garrincha e o pássaro


Por ROBERTO VIEIRA
20 de junho de 1964.
Garrincha e Elza Soares dormem na Ilha do Governador.
O casal mais odiado do país.
Castelo Branco se define como homem de centro-esquerda.
Os cariocas apoiam Castelo.
O São Paulo é campeão em Florença.
O Flamengo é campeão do Torneio Naranja com Paulo Choco.
Mas Elza estava com Jango no Comício da Central.
Elza estava com Jango na sede do Automóvel Clube.
Garrincha estava com Elza pro que desse e viesse.
A ditadura chega de madrugada.
Os homens acordam todo mundo na casa.
Garrincha, Elza, a mãe e os três filhos da cantora.
Armas em punho.
Todo mundo nu virado pra parede da sala.
Paredão.
Garrincha pede que poupem as mulheres.
Os militares vasculham a casa.
Destroem os móveis.
Semeiam o terror.
Garrincha está só diante do time adversário.
Garrincha bicampeão mundial.
Garrincha das pernas tortas.
A ditadura vence o jogo.
Mas antes de sair, deixa uma lembrança.
Um dos carabineros abre a gaiola do mainá.
Pássaro indiano.
Xodó de Mané Garrincha.
Curiosamente presente de Carlos Lacerda.
Lacerda que amava os tanques.
Lacerda que também teria seu dia de mainá.
O pássaro desaparece nas mãos do futuro torturador.
O mainá tem seu pescoço torcido.
Garrincha observa o gesto e chora.
O último a sair agarra Mané e afirma:
“Se abrir o bico vai ficar que nem esse passarinho!”
Os jornais publicam a notícia.
Subtraindo a verdade.
O Brasil do mulato inzoneiro.
O Brasil do homem cordial.
Mostra sua face brutal.
Longe das arquibancadas.
Longe dos campos de futebol.
20 de junho de 1964.
O dia em que a ditadura matou Mané Garrincha…

segunda-feira, 20 de junho de 2011

CAPRI NAPOLI 2011 - la maratona del golfo

Capri Napoli, La maratona del Golfo

Mariana Mello, a jovem e talentosa atleta brasileira de maratonas aquáticas não conseguiu completar os 36 km desta difícil competição .  Mariana Mello, que até o segundo terço da prova ocupava a quarta colocação feminina , nadou apenas 31 dos 36 km . O mar estava muito agitado, com ventos fortes e ondas de aproximadamente 1m,  percebendo o grande desgaste físico e a dificuldade de progressão da atleta, seu treinador, professor Ricardo Ratto, no intuito de preservá~la e evitar conseqüências irreparáveis, tomou a dura , mas sensata decisão de retirá-la da água a 5 km do fim.
Foi frustrante para os seus amigos e torcedores, porém o importante é que a atleta está bem, e tão logo retorne ao Brasil, iniciará os treinamentos para a próxima etapa do mundial, que será na Sérvia.
La maratona do Golfo foi uma prova que caracterizou-se pelo grande numero de abandonos, como diziam antigamente, Poseidon estava irado e implacável.